O Jornal Estado de Minas fez uma reportagem sobre a grande vencedora do Fenac 2018. Acompanhe na íntegra. O texto, da repórter Ana Brant, pode ser lido no link: https://www.uai.com.br/app/noticia/musica/2018/09/10/noticias-musica,233790/conheca-a-vencedora-do-48-festival-nacional-da-cancao.shtml
Saiu para Minas Gerais o Troféu Lamartine Babo, grande prêmio do Festival Nacional da Canção (Fenac) de 2018. A final foi disputada na noite de sábado (8), em Boa Esperança, no Sul do estado. Thaylis Carneiro, de 30 anos, foi a vencedora com a música Carmim. Nascida em Leopoldina, a cantora e compositora vive há quatro anos em Cataguases – as duas cidades ficam na Zona da Mata. Ontem, quando conversou com o Estado de Minas, Thaylis estava rouca de tanto comemorar a vitória e confessou que sequer tinha dormido, tamanha é sua felicidade com o resultado.
“Sou uma mulher do samba de raiz. Nunca tinha feito nada desse estilo (da música vencedora). Mas achei bacana essa mistura. O Brasil é esse caldeirão de estilos”
Thaylis Carneiro, autora de Carmim, vencedora do Fenac 2018
“É um reconhecimento enorme de um trabalho. A gente que é artista costuma dizer que não vive de música, mas sobrevive. Não poderia estar mais feliz. Completo 31 anos no fim de setembro e o presente veio antecipado.” A cantora deixou Boa Esperança rumo a Juiz de Fora, onde tinha show agendado para a noite de ontem. “Estou tão rouca que não sei como vou fazer”, brincou.
Além do troféu, Thaylis levou R$ 25 mil para casa. A cantora se apresentou ao lado dos músicos e parceiros Gerê (contrabaixo), Gabriel Azevedo (guitarra), e Vítor Oliveira (bateria), defendendo uma composição sua, numa edição do Fenac marcada por significativa participação de mulheres. “A mulherada brilhou em 2018. Nós estamos dominando tudo. E o bacana é que muitas, como foi o meu caso, interpretaram canções que fizeram, provando a força da mulher na composição também. É muito importante nós podermos mostrar nosso talento”, diz Thaylis, que estudou canto na Bituca – Universidade de Música Popular, em Barbacena.
INSPIRAÇÃO Carmim nasceu a partir de um curta-metragem homônimo rodado em Cataguases e produzido por um projeto social no município. Quando tomou contato com o roteiro, Thaylis Carneiro não teve dúvidas de que queria fazer a música para a produção. ‘’É sobre uma artista plástica que está no seu ócio criativo. Até que, um dia, ela se depara com uma situação que a inspira e a faz voltar a criar. A ideia da letra é que a gente acha que os outros são responsáveis por tudo o que acontece com a gente. E não é bem assim”, afirma.
Mesclando blues com uma pitada brega, Carmim é um ponto fora da curva na carreira da artista mineira. “Sou uma mulher do samba de raiz. Nunca tinha feito nada desse estilo. Mas achei bacana essa mistura. O Brasil é esse caldeirão de estilos”, pontua. É a segunda vez que a cantora participa do Fenac. No ano passado, ela inscreveu um samba, que chegou a se classificar para a fase eliminatória. Mas Thaylis acabou não podendo se apresentar no dia marcado, devido a outros compromissos profissionais. “Neste ano quase acontece a mesma coisa. Eu também tinha shows na agenda. Mas, quando é para ser, não tem jeito”, diz.
Thaylis destaca a presença de Cataguases em sua formação e brinca que, na cidade em que brotou o talento do cineasta Humberto Mauro, é só balançar uma árvore que cai um artista. “Foi ali que a música me abraçou de vez e meu trabalho foi se desenvolvendo. É um lugar que respira arte em todos os sentidos. Tenho me apresentando não só em Cataguases, mas na região. Também já fui para o Rio algumas vezes. Agora, com esse prêmio, espero que as coisas deslanchem mais.”
A 48ª edição do Festival Nacional da Canção (Fenac) recebeu 2.500 inscritos de 23 estados e distribuiu ao longo do festival R$ 220 mil em prêmios.