Feito estampa, só que na memória: a expectativa dos moradores de Boa Esperança começava dias antes de setembro começar. Era o Festival da Canção – hoje Festival Nacional da Canção – que pedia passagem! “A partir da adolescência, eu me lembro: a cidade praticamente dobrava a população! Era muita gente de fora. As pessoas saiam das casas para poder alugar para outras pessoas que vinham assistir ao Festival. Chegavam muitos ônibus”, conta Vinício Cunha, morador daquela época de Boa Esperança. Vinício já participou de duas edições do Fenac, em 1988 e 1989. “Em 1988, me lembro que apresentei a música “Bares da Vida”. Fui o compositor e o intérprete. Foi muito marcante”, se lembra Vinício.
O Festival cresceu e reunia, em 3 dias, músicos de várias partes do Brasil – o que se tornou uma das essências do Fenac. Os cartazes de divulgação eram esperados pela população. Trabalhados primeiramente com desenhos ou fotos, produzidas, chamando o público para participar. “O que marcava muito eram as fotos, todas em preto e branco. Tinham essa característica. E isso, todo mundo esperava. Até hoje! É uma referência”, reforça Vinício.
Desde então, o Festival se tornou uma vitrine para a música popular brasileira. Grandes nomes passaram pelo palco do Fenac. Em 1975, na quinta edição, o cantor e compositor Marcus Viana se apresentou no Festival da Canção de Boa Esperança. Ele ganhou o primeiro lugar com a música “Passarada”. Marcus Viana é hoje um dos nomes consagrados da música brasileira.