A referência mais antiga à Fazenda do Barroso é de 1715 quando Antônio da Costa Nogueira, procedente de Vermoim em Portugal, aqui se estabeleceu. Dentre os povoadores da região seu nome se destaca, foi responsável pela construção de uma capela dedicada a Senhora Sant’Ana. A fim de assegurar o valor do dote exigido para edificação das capelas particulares, hipotecou seu sítio conforme escritura pública em 05/03/1729. A localização da fazenda e da antiga capela era nas imediações da “rua da Mina” conhecida por muito tempo como “Barroso velho”. A sesmaria da fazenda do Barroso em 10/09/1765 foi concedida ao português João Luiz Coelho de Garre, sucessor de Antônio da Costa Nogueira, de quem era herdeiro e testamenteiro. Já no inicio do século XIX, a fazenda foi vendida ao capitão José Francisco Pires, abastado fazendeiro, senhor de considerável número de escravos. Com seu falecimento em 12/09/1835 houve a divisão dos bens aos seus 13 filhos, cabendo parte das benfeitorias ao filho Francisco Antônio Pires. Algumas propriedades aos poucos eram edificadas e assim como a velha fazenda do Barroso, dedicavam-se à agricultura. Um novo caminho era desbravado em 1732, passando pela fazenda do Barroso como via de comunicação para a extensa vila de São José Del Rei, à qual inicialmente Barroso esteve subordinada, sendo transferido em 1791 para a Vila de Barbacena.
O padre Manoel Valente de Vasconcelos foi o primeiro capelão designado para a capela de Sant’Ana em 1734. As primeiras sesmarias para esta região foram as seguintes: fazenda do Chiqueiro em 03/07/1758 a Thomas da Silva, em 19/11/1758 sesmaria concedida a Antônio Lopes da Silva, sesmaria da fazenda Ribeirão do Maquiné a Manoel da Silva Loures em 14/09/1758, sesmaria de Antônio d’Ávila Bitancurt em 29/11/1759, sesmaria da fazenda do Campinho a Antônio Garcia em 03/09/1769. No século XIX, com o aumento da população em torno da fazenda do Barroso, além da atividade agrícola, duas fábricas são mencionadas: sollas e couros e queima da cal onde é utilizada a mão de obra escrava. O patrimônio da capela de Sant’Ana foi constituído por Francisco Antonio Pires em 16/12/1860 limitando os terrenos pertencentes à santa e aos moradores que aos poucos se arranchavam. A chegada da estrada de ferro em 1879 trouxe o progresso para a pacata região. A partir de então, a velha capela de Sant´Ana seria ampliada para sediar a Matriz da Paróquia criada em 17/01/1884.
A formação do arraial se deu justamente nas imediações do Patrimônio de Sant´Ana. Os fazendeiros construiriam suas casas próximas à matriz a fim de participar dos festejos religiosos. Os viajantes que circulavam pelos caminhos faziam parada no arraial, diziam “ter pousado no Barroso”. Sant´Ana do Barroso seria visto pelo cônsul inglês Richard Burton como uma aldeia elegante, com casas bem caiadas em linhas simples e dispostas, cujos quintais estavam repletos de árvores frutíferas e flores, plantações de café e cana de açúcar. Em 1888, já possuía agência dos correios, 2 escolas públicas de instrução primária, a estação ferroviária da Oeste de Minas, uma pequena igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário e destacado comércio de cal. Vale ressaltar que o arraial foi berço do notável escritor Basílio de Magalhães, nascido em 07/06/1874. Em 15/04/1890 o distrito de Barroso é desligado de Barbacena passando a pertencer por pouco tempo ao município de Prados. No ano seguinte, o distrito de Barroso é transferido para Tiradentes. Quando distrito deste município , Barroso possuía uma área territorial de 151,37 km² sendo drasticamente reduzidos a pouco mais de 80 km² após a revisão administrativa de 1938.
Até 1920 predominou a atividade agrícola, no entanto, a extração da cal se intensificava, diversas caieiras eram então edificadas, cerâmicas e fábricas de laticínios formavam o aspecto industrial do arraial. A construção da fábrica de cimento na década de 50 deu novos rumos para Barroso, a população local aumentaria significativamente. O último município a qual Barroso pertenceu foi Dores de Campos, de 1939 a 1953. A primeira tentativa de emancipação ocorreu em 1948. Contudo somente em 1953, após a aprovação da Lei Estadual 1.039, de 12 de dezembro, o distrito transformava-se em município autônomo. “Barroso” foi denominação escolhida numa alusão à histórica fazenda do Barroso. A cidade instalada em 1º de janeiro de 1954 foi administrada pelo intendente Salomão Barroso, e em 1955 o presidente da comissão de emancipação, Geraldo Napoleão de Souza, se tornaria o primeiro prefeito eleito do novo município. A cidade que se formara sob as ruínas da fazenda do Barroso, dinamizou sua economia e diversificou práticas religiosas. Sucessivas administrações municipais implementaram projetos de urbanização e bem estar da população. A cidade com quase meio século de existência ainda registraria um fato marcante em sua História: a instalação da comarca em 2002.
(Com informações da Prefeitura de Barroso)