Sanrah diz que, em virtude tragédia, as pessoas de Brumadinho estão necessitando de muito carinho. “Noto também que todos querem retribuir. Vimos na plateia ovacionando a nossa música com muito amor. Esta canção foi composta há 10 anos, ou seja, antes da tragédia, mas ela veio a calhar com toda essa situação que a nossa cidade está vivendo. Levantamos essa bandeira do carinho, do amor e da esperança para as pessoas. A letra fala disso muito bem e a emoção que ela transmite transcende isso que queremos dizer.”
A música Pequeno grão de areia, composta pelos músicos Marcos Aranha do Brasil e Sanrah, de Brumadinho, foi a grande campeã do 49º Festival Nacional da Canção (Fenac). A composição também conquistou o cobiçado troféu Lamartine Babo, além de R$ 25 mil em prêmios. Em 2º lugar, ficou Impressão sua, da banda Devonts, de São Paulo, que levou R$ 19 mil.
Para o idealizador do Fenac, Gleizer Naves, o balanço do festival foi “fantástico”, um aperitivo para o ano que vem, quando serão comemorados 50 anos do Festival Nacional da Canção. “O festival mostrou um pouco do que a gente quer que seja o evento, ou seja, incentivar talentos por meio da arte. Foi um encantamento durante 45 dias, em sete cidades, e terminou de uma forma sensacional, inclusive para quem organiza. A letra da música ganhadora é de Brumadinho, e feita por um pessoal envolvido com a tragédia. A canção fala deste sofrimento, dessa volta por cima”, afirmou Naves.
Gleizer Naves revela ainda que uma das meninas que ajudaram na interpretação de Pequeno grão de areia é também de Brumadinho e órfã da tragédia, quando perdeu o pai. “Então, a letra fala desse sofrimento, mas a música é maravilhosa e o público adorou. Quando junta o gosto do público com o parecer técnico dos jurados, tudo fica sensacional e até me relembrou aqueles tempos antigos dos grandes festivais, com todos vibrando, torcendo, pulando e aplaudindo. Outra coisa que me tocou foi a música da Ucrânia que ficou em 3º lugar. É a primeira vez na história do Fenac que teve estrangeiros participando, ainda mais com premiados”, orgulha-se o idealizador.