Entrevistamos Débora Watts. A brasileira é compositora e cantora e atualmente vive nos Estados Unidos. Ela se inscreveu ao 49º Festival Nacional da Canção.
1) Vimos que você transita pela MPB, samba, Jazz… e tem como foco as apresentações nos Estados Unidos. Como é a recepção do público no EUA atualmente com as músicas brasileiras? Há algum pré-conceito que o público normalmente tem e isso é quebrado após suas apresentações? Como é o retorno?
Os americanos, de uma forma geral apreciam muito a música brasileira. E assim como no Brasil, o gosto aqui varia, há os que curtem a elegância da bossa nova e há os que curtem a animação do forró, por exemplo. O samba aqui ainda não “pegou”, e acredito que seja pela maneira que os americanos interpretam este nosso estilo, ou seja, eles pulam ao invés de dançar e isso os cansa rapidamente!
O pré-conceito que o americano tem, de acordo com meu ponto de vista é claro, é que a música brasileira é a Bossa Nova. Nas minhas apresentações gosto de mostrar algum maxixe e explicar de onde a nossa música brasileira veio. “Forrobodó”, um maxixe que escrevi, tem sido muito bem recebido pelo público aqui que se surpreende por nunca ter ouvido este estilo antes..
2) Gostaríamos de saber um pouco mais sobre a sua carreira: quando começou? sempre buscou esses estilos?
Eu comecei a cantar profissionalmente em 2001. Eu trabalhava como farmacêutica em Manhattan e decidi abandonar a carreira para seguir trabalhando com a música. Eu não acho que eu tenha buscado o estilo de música que canto, eu acho que o estilo musical acabou me encontrado (embora não pareça fazer sentido!).
3) Como você vê o mercado hoje para os músicos nos Estados Unidos? É promissor?
Sim, ainda é um mercado promissor porém para os americanos e para os latinos de língua espanhola!… Nós, da língua portuguesa ainda não temos um espaço só nosso. Tenho observado porém que o funk brasileiro esta entrando na cultura daqui através dos estúdios de dança (aulas de Zumba) e através do público latino que já começou a cantar o funk em espanhol. Já a nossa MPB, samba e baião, a “porta de entrada” nos EUA sempre foi o jazz que ama e incorpora os mais variados ritmos brasileiros.