“Sou meio bruxa, senti uma magia, uma coisa assim…”
Corre música nas veias de sua família. Natural de Campo Grande, Teresinha Maria Miranda Espíndola cresceu entre polcas e guarânias dos conjuntos paraguaios. “A parte rítmica entrou na gente”, revela. No início, Arrigo reagiu ao som de Tetê: “sertanejo lisérgico”. Augusto de Campos teria declarado: “ela tem pássaros na garganta”.
Foi escutando e reescutando os sons da natureza que Tetê passou a relacionar as vocalizações dos animais com a voz humana. “O passarinho canta com todos os ossinhos do corpo”, observa. Depois de ter conhecido os pássaros do Pantanal, resolve partir para a Amazônia. “Eu queria ver como era o som lá, dentro da mata”, lembra.
A expedição chefiada pelo irmão Humberto Espíndola e pelo ornitólogo Jacques Vielliard desce o rio Purus, viajando de avião e barco. Após cinco dias no seringal, tomando banho nas nascentes, percorrendo picadas e igarapés, Tetê se confronta com a ave dos desejos da expedição. “Quando os pássaros calaram, o tal do Uirapuru cantou. Ele canta de um jeito que toma conta de tudo. Isso foi uma coisa incrível”, diz. No trabalho junto a Phillip Kadosch, Tetê incorpora definitivamente as emissões dos animais.
“Comecei a ter sonhos de como eu deveria estar vestida para fazer aquele personagem. Fiz as três apresentações com a roupa, que foi feita no meu corpo, de macramê. Os vocalistas deveriam estar vestidos de coração.”
Desde sua apresentação no Festival dos Festivais, da Rede Globo, 1985, “Escrito nas Estrelas” é sua *Pièce de résistance*. Foi a última canção anunciada na longa lista de músicas no *Fantástico*. Música de Arnaldo Black (marido de Tetê) com letra de Carlos Rennó, foi inspirada e dedicada ao casal. “Foi o Rennó que me apresentou pro Arnaldo, quando eles moravam juntos na república da Maria Carolina”, lembra.
FONTE – culturabrasil.cmais.com.br/programas/supertonica/arquivo/tete-espindola-raizes-etereas
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